quarta-feira, 24 de agosto de 2011

TOUR PFE - Vivências em grupo

Trabalhar com não-atores é muito gratificante, pois nestes momentos é possível perceber a transformação que o teatro pode oferecer a qualquer pessoa, mesmo a quem não o escolhe como profissão. Quando iniciamos nossa oficina Jogo e Tempo-Ritmo no Espaço e na Cena, ministrada para duas turmas do Curso Livre do Teatro Santarosa, em Ribeirão Preto, tínhamos muita vontade de trabalhar e uma dúvida: será que nossa proposta funcionaria para aquelas pessoas? Logo no momento do aquecimento, os alunos se mostraram abertos e dispostos a receber o que para eles era diferente, uma outra forma de experienciar seu corpo e o espaço.

Tempo-ritmo é, das chamadas “leis orgânicas do homem em ação”, um dos princípios mais difíceis de serem executados, embora não seja árdua a sua compreensão. Sempre notamos sua falta (e o público, mais ainda) quando não conseguimos colocá-lo em cena. O trabalho com tempo-ritmo com não-atores é apenas uma introdução a uma forma de jogo que abre possibilidades para brincadeiras e jogos que possibilitem a mudança de ritmo repentina, e além disso, uma abertura para a criatividade dos alunos, sua percepção de si e do outro enquanto seres criativos capazes de agirem em um espaço, utilizando a imaginação e sua capacidade expressiva.

Uma importante consideração a ser feita é que este trabalho só se torna possível com a entrega dos alunos aos exercícios e a condução proposta, também sua disponibilidade em fazer o que, geralmente, não fazem em sua vida cotidiana. Quando isto acontece, a mágica do teatro se dá, não com uma cena pronta para ir ao palco, mas sim através de uma experiência de jogo com o outro e a abertura para novas maneiras de registrar a realidade.

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