Apesar de a própria Ariane Mnouchkine dizer que no Soleil não há métodos conseguimos perceber desde o primeiro dia de estagio que há uma pesquisa constante do grupo sobre alguns princípios: jogo, forma, estado que geram improvisações sempre acompanhadas pela musicalidade. A música é um elemento essencial para os atores do Théâtre du Soleil, seja como apoio para a geração dos estados, seja para influenciar no tempo-ritmo nas improvisações. Durante a oficina, a busca pelo estado, pelo desenho da história e pelo jogo foi um constante desafio colocado pelos ministrantes aos participantes. E a forma deveria estar sempre acompanhada deste “estado”, que define a verdade e o estar aberto para o momento presente.
Vimos também que uma das contribuições para o enriquecimento do trabalho do Théâtre du Soleil vem dos diversos atores de diferentes nacionalidades. Cada ator do grupo vem de uma história, de um treinamento e método específico, mas todos tem na forma, no estado e no jogo um ponto comum.
Para o Santa Víscera este encontro possibilitou reflexão e aprendizagem, além de gerar uma identificação no sentido da importância de um treinamento específico e psicofísico, que possibilite ao ator estar presente em cada ação realizada no palco. Além disso, reafirma nossa crença em uma ética para os artesãos de nossa arte, ética profundamente enraizada nas bases de um exercício diário, árduo e muito prazeroso, que marca o cotidiano desta companhia que há quase 50 anos mantém-se unida e sob a regência de uma mestra como Ariane Mnouchkine.
Nós só temos a agradecer!
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