quarta-feira, 3 de março de 2010

Projeto IN-Consciente Feminino

Olá pessoal,

nesta sexta-feira, 05/03, às 20 horas, o NPT Santa Víscera estará apresentando o Projeto IN-Consciente Feminino, no no Teatro Paulo Alcides Jorge, em Araçatuba. No sábado, 06/03, também às 20 horas, a apresentação será no Pérola Clube, na cidade de Birigui. Ainda em Birigui, no domingo, 07/03, das 9h às 12h e das 14h às 17h, ministraremos a oficina A organicidade do ator através dos princípios da ação física de Stanislavski.

O Projeto IN-Consciente Feminino reune os dois espetáculos solos das atrizes do Núcleo: Lara de Bittencourt e Graciane Pires. Lara apresenta o monólogo Macabéa, baseado na obra "A hora da estrela" de Clarice Lispector. Já Graciane, apresenta Sempre Aquela Velha História... com texto de Dario Fo e Franca Rame.
A promoção de todo o evento é do SESC Birigui.

Abraços a todos!

2 comentários :

Jessi disse...

Assistí hoje ao espetáculo e o mesmo me agradou muito. a segunda peça (ou ato), baseada em "temos todas a mesma história" foi impecável e o final foi admirável.
Em relação à "Macabéa", a qual eu estava mais ansiosa por ver, apesar de ter me agradado muito também, tem alguns pontos que eu gotaria de destacar.
Eu realmente apreciei o palco mais limpo para essa apresentação, o fato de haver poucos elementos cenográficos ajudam na construção desse universo interior da nordestina e no da própria Lispector.(poto por isso)
Porém, apesar de entender a preferência pelo monógolo nesse espetáculo, eu acho que a falta de um narrador compromete a fragilidade, e porque não dizer a essência, da personagem, que é obrigada a usar palavras da própria autora.
Se a escolha foi mesmo por "A hora da Estrela", eu acho que vocês só teriam duas saídas, usar um narrador ou, no caso de realmente optarem pelo monólogo, não usarem as impressões da autora (essas são muito importantes para o desenrolar da novela), ou até mesmo deixarem de lado a fidelidade ao texto e converterem essas em frases assimiláveis à personagem.
Outra coisa que eu não notei foi sotaque em Macabéa, essa por ser nordestina, deveria ter(mesmo que de leve) uma certa fala arrastada, típica da região.
No resto a peça me tocou muito. Em alguns momentos eu fiquei completamente envolvida com a peça (só para citar: o primeiro olhar que Macabéa lança sobre o par de sapatos de salto e sua dúvida entre calçá-los ou não, o momento em que ela encosta os pés no sapato mas não tem coragem para continuar e então recua, nesse momento do espetáculo eu fiquei completamente tensa, senti junto com a personagem a luta entre o corpo e a mente, a luta entre a vida e a coragem de encará-la, era como se um desejo que ela nem sabia que tinha tivesse tomado conta de Macabéa. Eu acho que é de recursos como esse que vocês dveriam se aproveitar mais.)
O olhar da atriz que interpreta a nordestina é de tirar o fôlego, algo entre perdido e forte, é um olhar meio virgem, exatamente como eu imagino o olhar da Macabéa do livro.
Não sou uma grande entendedora dos processos criativos e artísticos teatrais, mas entendo de literatura e sou fã da literatra de Lispector, ousem, "A hora da Estrela" é passível de alterações e diferentes interpretações(como o próprios títulos sugerem), então fica aí os meus toques, espero ajudar =)
Boa semana e sucesso apra vocês =)

Graciane Pires disse...

Jessi, valeu pelo comentário, nos ajuda muitíssimo! Queremos sempre que o público que assiste nossas peças, fale sobre nosso trabalho! Abração e muito obrigada!